No coração do Centro Histórico de Curitiba, entre paralelepípedos, casarões antigos e calçadas com argolas que um dia amarraram cavalos, um espaço surpreendente convida à pausa, ao sabor e à leveza: o restaurante Tijolo. Quem cruza o portão do número 179 da Rua São Francisco logo percebe — ali, o tempo desacelera. E vale a pena!

Com mesas no jardim e salões cheios de história, o Tijolo é mais do que um restaurante. É um pedacinho escondido da cidade que mistura charme, memória e boa comida. O som das buzinas e sirenes do centro desaparece assim que você entra.
No lugar, entra em cena a trilha sonora da MPB e jazz. O clima de tranquilidade parece saído de outro tempo.
Aberto no fim de 2019, o Tijolo faz parte do multiespaço São Francisco 179, que abriga ainda uma cafeteria e um espaço para eventos. O restaurante leva esse nome como uma metáfora: o tijolo como a base de uma construção — ou, no caso, a base de cada prato. E a proposta segue por esse caminho: simples, bem pensado, inclusivo e acolhedor.

Cavalo Babão
E se o lugar parece ter alma, é porque tem mesmo. O Tijolo ocupa o antigo ateliê do artista plástico Ricardo Tod, criador da escultura “Fonte da Memória” — o famoso “Cavalo Babão” do Largo da Ordem.
As paredes ainda guardam marcas do forno da fundição, desenhos originais e janelas recuperadas do próprio ateliê. Tudo isso dá ao espaço uma aura de autenticidade difícil de encontrar por aí.
Chef do litoral
No comando da cozinha está o chef Dirson Junior, de Matinhos, no litoral do Paraná, que trouxe com ele a alma da culinária caiçara. É dele a releitura do barreado que virou sucesso de pedidos.
Entre os destaques do cardápio estão o Contrafilé Caçador — uma homenagem aos colonos, servido com vegetais e milho verde — e a deliciosa Salada Tijolo, com grãos e ingredientes frescos.
Para adoçar a experiência, a Torta de Caramelo Salgado, criada pela confeiteira Camila Alves, é quase um culto entre os frequentadores.
Outro charme à parte é o bar de drinques “Lourdinha Tô Pronto” — nome inspirado numa frase do avô do proprietário, Mario Nicolau, quando já se sentia “preparado” após uns bons goles.
A carta é enxuta, com coquetéis clássicos e drinks autorais, e às quintas a casa oferece rolha livre para quem quiser levar seu vinho. Já nas terças-feiras, o espaço ganha vida com jazz ao vivo, e nas sextas, o jardim vira pista com discotecagem de vinil e cervejas artesanais em promoção.

Além do restaurante, o multiespaço São Francisco 179 abriga o Royalty Café, especializado em cafés especiais com torrefação própria, e uma área de eventos com 210m², perfeita para festas, shows e encontros culturais. À noite, o espaço funciona com controle de entrada, garantindo segurança e tranquilidade para quem quer curtir com calma.
O Tijolo é, sem dúvida, uma daquelas descobertas que fazem a gente se apaixonar (ainda mais) por Curitiba. Um verdadeiro refúgio urbano onde comer bem, ouvir boa música e sentir-se em casa não é exceção — é regra. E o melhor: tudo isso no meio do Centro, escondido como um segredo bem guardado.