O secretário de Turismo de Campo Magro, Wagner de Paula Goulart, e o diretor do Departamento de Finanças, Rafael Jhonathan da Silva, foram exonerados dos cargos nesta quarta-feira (14) sob a suspeita de terem envolvimento com a tentativa de assalto a uma casa em um condomínio de luxo de Curitiba. O crime aconteceu na terça-feira (13), e pelo menos dois suspeitos estão presos.
Wagner de Paula atuava na secretaria em cargo comissionado. O decreto da exoneração foi assinado pelo prefeito do município, Rilton Boza, e publicado um dia após o crime. Rafael Jhonathan da Silva também atuava como comissionado e estava ligado à Secretaria Municipal da Fazenda.
Em nota enviada à Banda B, a Prefeitura de Campo Magro, município da região metropolitana, confirmou que a exoneração dos servidores aconteceu com base nas investigações em torno da invasão do condomínio de luxo situado no bairro Santo Inácio, na capital paranaense.

“Dois servidores foram exonerados de suas funções na data de ontem, 14 de maio. A medida foi adotada diante de indícios de possível envolvimento dos servidores em atos que, em tese, não são compatíveis com o exercício da função pública”, afirmou a istração municipal.
A Prefeitura de Campo Magro também afirmou que, embora respeite o princípio da presunção de inocência, considerou o desligamento dos servidores a medida mais adequada até que os fatos sejam totalmente apurados pelas autoridades.
“A Prefeitura reafirma seu compromisso com a ética, a transparência e a responsabilidade na istração pública. A atual gestão lembra que todos os funcionários cumprem os requisitos legais antes das contratações. Por fim, a atual gestão reitera que está a disposição da imprensa para demais esclarecimentos”, completa o órgão.
A Banda B procurou a Polícia Civil para confirmar se os dois agora ex-servidores da prefeitura estão na lista de investigados, mas a corporação preferiu não informar a identidade dos suspeitos. “A PR segue investigando o caso e tomando as diligências necessárias para esclarecer o ocorrido”, acrescentou, em nota.

Nem a prefeitura nem a polícia detalharam, até o momento, qual seria a ligação dos dois com o crime.
A reportagem tentou contato com Wagner de Paula Goulart e Rafael Jhonathan da Silva, mas não obteve resposta até a última atualização deste texto. O espaço segue aberto.
Câmera mostra tentativa de assalto
Uma câmera de segurança registrou o momento em que o morador do condomínio de luxo no bairro Santo Inácio fugiu correndo após ter a casa invadida pelos criminosos na terça-feira (13).
Segundo a Polícia Militar (PM), os criminosos chegaram ao local em um T-Cross e um Jaguar e conseguiram entrar no condomínio. A casa fica na rua João Batista Dallarmi.

No vídeo, um dos moradores da casa aparece descendo as escadas às 6h15 e se dirigindo até uma porta. Ao abri-la, ele se depara com os criminosos e sobe as escadas correndo em direção a outro cômodo do imóvel. Fortemente armado, um dos ladrões corre em direção ao morador e outros comparsas o acompanham.
Nas imagens, é possível ver ao menos quatro homens vestidos de preto, usando balaclavas e carregando mochilas. Segundo a PM, os moradores da casa se esconderam em banheiros e não foram feitos reféns.
“No interior da residência, foram encontrados vestígios deixados pelos autores, e a Polícia Científica foi acionada para realizar a perícia técnica. Os envolvidos teriam saído do local sem subtrair quaisquer objetos”, informou a corporação.
Fuga do condomínio e prisão em Campo Magro
Durante a fuga, os homens usaram um veículo T-Cross branco, que colidiu com outro carro nas imediações do viaduto Orleans. O veículo foi abandonado no local e apreendido pela polícia. Após a colisão, eles continuaram a fuga no Jaguar, que foi apreendido horas depois em Campo Magro, na região metropolitana de Curitiba.

Os dois automóveis tinham placas clonadas e aram por perícia. A PM também apreendeu uma pistola, 64 munições e dois celulares.
Segundo o delegado Fernando Zamoner, que conduz as investigações na Delegacia de Furtos e Roubos, os dois suspeitos presos já foram ouvidos pela polícia e seguem detidos.
“O mais provável é que eles buscaram uma residência assim que ingressaram no condomínio. Encontraram um dos cômodos da residência que estava aberto, o que facilitou a entrada, mas não conseguiram ar o andar superior porque havia uma porta de segurança no imóvel”, disse ele.