O homem suspeito de matar a adolescente Isabele Raiane Bonfim, de 17 anos, grávida de oito meses, em Rio Branco do Sul, na região metropolitana de Curitiba (RMC), pode ser um foragido da Justiça por um triplo homicídio ocorrido em 2023, no município de Reserva, nos Campos Gerais do Paraná. A suspeita é da Polícia Civil, que aguarda a confirmação da identidade por meio de um confronto papiloscópico.

Segundo as investigações, o homem vivia na região com um nome falso e era conhecido como “Gabriel”. Ele teria se aproximado da família de Isabele como uma pessoa tranquila e religiosa. O assassinato da adolescente aconteceu na noite de sexta-feira (6). Após matá-la com um tiro na cabeça, ele fugiu. A criança também não resistiu.

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Isabele Raiane Bonfim, de 17 anos, grávida de oito meses — Foto: Reprodução/Redes sociais

O delegado Gabriel Fontana, responsável pelo caso, disse ao repórter da RICtv Tiago Silva que a apuração avançou após relatos de familiares e testemunhas. “Ele era um indivíduo recluso, não gostava de tirar fotos e aparecer nas redes sociais da vítimas. Isso já causou um estranhamento inicial. As investigações [estão] avançando no sentido de possivelmente ser um nome falso, ele ser outra pessoa ou ter algum mandado de prisão em desfavor dele”, explicou.

A Polícia Civil suspeita que “Gabriel” seja o jovem de 27 anos procurado pela Justiça desde 2023 por ter assassinado a sogra, o cunhado e um sobrinho. Após os crimes, ele teria fugido para a região de Curitiba e ado a viver no interior de Rio Branco do Sul, onde se apresentava com um nome falso.

“É uma das hipóteses ora trabalhadas. A gente aguarda inclusive o confronto que foi solicitado entre um indivíduo potencialmente como sendo ele. A gente tá aguardando o Instituto de Identificação pra ter ou não essa positivação com relação à real identidade do indivíduo foragido apontado como um dos principais suspeitos”, explicou o delegado.

A Banda B questionou à Polícia Civil sobre quando o resultado do exame deverá ficar disponível, mas não havia obtido retorno até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto.

‘Ele enganou todo mundo’

Emocionado, o pai de Isabele Raiane afirmou à RICtv que ninguém da família imaginava que o suspeito poderia estar usando um nome falso na região. Izaque Machado disse acreditar que ele esteja escondido nas proximidades do local do crime.

“Nem por sonho a gente imaginava… Ele enganou eu, todo mundo, se ando por outro nome. A gente fica com a cabeça quente porque não sabe onde ele tá. Assim como ele fez com a minha filha, ele pode fazer com outras famílias. Ele nunca deu demonstrações e sempre falava em Deus. Ele tá por perto da região, não tá muito longe. Ele não vai andar pelas estradas porque sabe que o povo vai reconhecer ele”, disse Machado.

De acordo com o pai da adolescente, a família soube que o suspeito estaria rondando o velório dela e que ele fugiu com a cavalo após a cerimônia. Para Izaque, o ex-genro está recebendo ajuda para se manter foragido.

“Ele é perigoso, sangue frio. Ele não é aquele criminoso que chega atirando. Ele mata dormindo. Ele é um monstro. Eu acolhi ele de bom coração. Me falaram que ele era boa gente”, lamentou.

A polícia continua as buscas pelo suspeito, que segue foragido. Informações sobre o paradeiro dele podem ser readas, de forma anônima, pelo telefone 181.

A morte da adolescente

No oitavo mês de gestação, Isabele Raiane Bonfim foi morta com um tiro na cabeça no último dia 6, em Rio Branco do Sul. Após o ataque, o companheiro dela fugiu do local e segue sendo procurado.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou a ser acionado e esteve no local, mas a vítima não resistiu aos ferimentos. A investigação trata a morte da adolescente como feminicídio

“A motivação, a principal hipótese da investigação, é no sentido de que ele teve um ataque de ciúmes. Ele tava em um bar com uma irmã da vítima. Ao voltar pra casa, ele teve um ataque de ciúmes motivado muito provavelmente pela vítima ter entrado em contato com um ex-namorado. Em razão dessa crise de ciúme, ele teria tirado a vida da vítima”, disse o delegado Gabriel Fontana.